Banco suíço atende cerca de 200 famílias brasileiras entre locais e residentes no exterior
O mercado de gestão de patrimônio brasileiro tem passado por uma consolidação nos últimos anos – e esse movimento deve continuar, na avaliação do banco Mirabaud. “Vai haver ainda mais consolidação do wealth management no Brasil porque a conta não vai fechar para todos, e aí a gente deve atuar”, diz Thiago Frazão, o sócio da instituição suíça responsável por América Latina, Oriente Médio e Norte da África.
O banco garante que estará na ponta compradora. “Vender, nunca”, diz o executivo. O Mirabaud não tem negociação em curso para M&A no país, mas a visão de Frazão é que ainda há uma elevada pulverização nesse segmento por aqui.
Só neste ano, o BTG Pactual, por exemplo, já fez duas compras, levando a operação de gestão de fortunas da Julius Baer e da JGP. O Bradesco, que absorveu o private banking do J.P. Morgan no Brasil em 2020, incorporou no ano passado, a gestão de fortunas da Tivio. O wealth do Credit Suisse passou a ser do UBS, com a fusão dos suíços em 2023 se refletindo na operação local.
Foi o “carioca nascido em Genebra”, filho de diplomatas, que liderou a abertura do escritório brasileiro do Mirabaud para o serviço de multi-family office, no fim de 2019 – para fechá-lo fisicamente na sequência devido à pandemia.
“Nossa primeira estratégia foi sobreviver com calma”, disse ele, em São Paulo. “Depois, houve uma proliferação exagerada de assessores de investimentos, com as grandes plataformas comprando esses pequenos players por valores meio altos, mas a gente não entrou nessa briga. Preferimos crescer a base comercial de forma orgânica”.
O Mirabaud pertence à família que dá nome ao banco e já está na sétima geração, mas chegou a ter outras composições acionárias desde o início, em 1819. Dos US$ 35 bilhões sob gestão, US$ 5 bilhões são de clientes da América Latina, entre recursos locais e no exterior. No Brasil, são R$ 1,5 bilhão.
Na mesma época em que inaugurou o escritório de São Paulo, Frazão também abriu a unidade de Montevidéu, com quatro pessoas para a parte comercial dos clientes do Cone Sul.
Até 2011, quando chegou Frazão, o banco suíço não tinha uma “desk Brasil”, que ele desenvolveu para atender brasileiros em Genebra, atualmente cerca de 100 famílias. Em São Paulo, são 80 famílias – a maior parte da capital paulista e outra parcela relevante do interior e do Rio. Sem aquisições no país, todos os clientes vieram do crescimento orgânico da base.
O atendimento cabe a 14 funcionários, entre membros da equipe comercial e técnica. A essa última cabe fazer a gestão efetiva das carteiras dos clientes. “Nosso trabalho é buscar no cenário brasileiro quem dá mais segurança, tem melhor track record, performa melhor em momentos de volatilidade, de acordo com o perfil de cada um”, diz.
Além disso, fazem a gestão de quatro fundos de crédito privado: o Tradition, de mais liquidez; o Conviction, mais alocado; um de previdência com a Icatu e outro de debêntures incentivadas. Por enquanto, com a atual taxa básica de juros, ações não são uma opção de alocação considerada.
Fonte: Pipeline
Por: Felipe Frisch
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